Foto: Maurício Tonetto (Secom/Divulgação)
O governador Eduardo Leite (PSDB) começou, nesta quarta-feira (12), a preparar o terreno para apresentar as mudanças no IPE Saúde, reestruturação que terá de ser votada pela Assembleia Legislativa.
O chefe do Piratini fez a apresentação do diagnóstico do IPE a deputados, secretários e à imprensa em meio à paralisação dos médicos. Na oportunidade, foram detalhados os dados do órgão, seu funcionamento, perfil dos segurados, fontes de financiamento e, principalmente, aspectos referentes aos desafios financeiros para a sustentabilidade do sistema.
Atualmente, o plano atende quase 1 milhão de usuários. Em 2022, conforme os dados divulgados, o déficit mensal ficou em cerca de R$ 36 milhões. Já a dívida com prestadores de serviços e que excedem o prazo contratual de 60 dias soma aporxidamente R$ 250 milhões. O estudo aponta, ainda, que mais da metade dos usuários tem acima de 59 anos e, portanto, necessitam de mais serviços do plano. Já em relação aos beneficiados, segundo o levantamento, quatro em cada 10 cobertos pelo plano principal são dependentes. Ou seja, não pagam contribuição mensal para o IPE Saúde.
No diagnóstico, há comparações do IPE com os planos privados, sinalizando que o governo pode cobrar contribuições parecidas, embora Leite tenha negado adotar valores de mercado.
— Estamos apresentando os dados que irão embasar a proposta para o reequilíbrio do IPE Saúde. O instituto tem mais de 60 anos de história. Ele é o resultado das decisões do passado e está sendo resgatado agora. O IPE tem que avançar nesse modelo — afirmou o governador.
Na próxima semana, a proposta de reestruturação deverá ser detalhada, mas já divide opiniões e promete causar muita polêmica na Assembleia. Isso porque tudo indica que haverá reajuste do plano e poderá atingir também os dependentes, que hoje não pagam a contribuição. O diagnóstico do ponto de vista do Piratini sinaliza para esse caminho.